Porque será que as empresas e o mundo do trabalho estão tão preocupados com sua qualidade de vida?
O discurso recorrente é o de que empresas e pessoas tem que ser competitivas: capazes de fazer a diferença, ser competentes, gerar conhecimento que agregue valor, e inovar, inovar, inovar....
Para isso as empresas (nem todas - somente aquelas classificadas nas melhores práticas, pasmem!) desenvolvem praticas de qualidade de vida no trabalho: tem academia, lugar para os colaboradores tirarem uma soneca, ler um livro, cabelereiro, plano de carreira com foco nas “reais" motivações daqueles que nelas trabalham, participação nos resultados e/ou lucros, mesas de ping-pong, quadras de tênis, pistas para caminhar, entre outras práticas. Lugares sedutores, e que a maioria acha maravilhosos de se trabalhar. E para aqueles que nelas não trabalham fica a vontade de fazer parte desta 8a. maravilha.
Por outro lado o mercado de trabalho abre cada dia mais cursos de pós-graduação com a promessa de torná-lo empregável, aumentando suas chances de conseguir melhores empregos e ganhar mais (será?). Inúmeras dicas são ouvidas, palestras são dadas que tem por objetivo despertar sua motivação para ser empregável, entre outras formas de sedução para o trabalho.
A cada dia surgem mais coaches que buscam ajudar pessoas e organizações a fazer com que as pessoas desenvolvam comportamentos que as ajudará a manter o emprego, achar outro ou a fazer o individuo ser mais produtivo (ao menos é o que prometem).
Neste rodamoinho do mundo do trabalho você some... Cadê você, sua vida, sua família, sua saúde, seus amigos, seu prazer? É tudo muito "lindo" e sedutor mas a maioria de nós está, a cada dia que passa, mais ansioso, cansado, irritado, infeliz, desmaiando em sala de aula (só neste semestre já tive duas alunas, de 600 alunos, que desmaiaram em plena aula - parece pouco, não é? Mas não é...), brigando por qualquer motivo, sentido-se carente (não se ve e nem ve o outro - pense nisso), etc.
Afirmo que vivemos a era do estresse. O ter tem se sobreposto ao ser. Ser o melhor, estar apto a, fazer a diferença, conseguir, se ultrapassar, estar plugado 24horas por dia no que acontece (muitos tem e.mails conectados nos celulares – um só não é suficiente - notebook, e até na TV!). A exigência das empresas e do mercado de trabalho de forma geral tem passado do razoável. Tem produzido ambientes favoráveis a doenças psíquicas, físicas e emocionais. Estamos doentes. Perdemos a noção do que seja plausível.
Você poderia se perguntar porque sou coach, se este profissional tem ajudado na promoção de ambientes desfavoráveis à saúde como os descritos acima.
Parte da resposta esta no que tenho escrito neste blog. Se você quiser saber mais, faça uma pergunta, um comentário ou me escreva (sandrabmr@gmail.com). Boa semana.